terça-feira, 2 de julho de 2024

A IMPORTÂNCIA DO SONO




       O cérebro prepara o nosso corpo para estar ativo de dia e descansar a noite. Ele induz glândula pineal a produzir um hormônio chamado melatonina, e a sua produção é  ativado com a diminuição da incidência da luz na nossa retina, daí à noite temos uma maior produção de melatonina, e assim um aumento da sonolência.
       Durante o sono é produzido o hormônio do crescimento em crianças e adolescentes, além da consolidação da memória e reparação de tecidos e músculos.  O sono é dividido em quatro ou cinco estágios.  Durante o estágio mais profundo do sono, chamado estagio REM é quando sonhamos. Muitas pessoas dizem não sonhar, porém estudos indicam que todos sonham, mas muitos não se lembram das imagens que apareceram no sonho.
      O sonho é responsável pela nossa saúde mental, é através dele que processamos as nossas emoções, aliviamos o estresse e ativamos a nossa memória. O tempo de sono por noite varia de acordo com a idade. Os adultos devem dormir de 6 a 8 horas de sono e um bebê, até 20 horas. Conforme a idade, este período vai diminuindo.   Uma boa noite de sono é essencial para manter a saúde física e mental.
     Como mencionado acima, a melatonina, hormônio responsável pelo sono, é ativado pela diminuição da luz, então precisamos que o local de dormir não tenha nenhuma luz acesa, para não atrapalhar o sono.
      Para dormir bem é necessário ter uma rotina no horário de deitar e levantar, sempre no mesmo horário, mesmo em fins de semana. Não ter nenhum aparelho que emita luz, por menor que seja esta luz, pois irá atrapalhar o processo do sono.
      Para melhorar o sono das crianças, é aconselhável um jantar bem leve no final da tarde ou no inicio da noite. O ambiente de dormir deve conter pouca luz, podendo ocorrer leitura de história e nada de exercícios físicos.
       Assim estará colaborando com uma boa noite de sono e um dia mais produtivo e saudável.

A importância da mãe no desenvolvimento psíquico motor humano.




 
 
 

 

       A criança no útero fica protegida e alimentada. Em gestação, seu corpo faz parte de outro corpo e a todo o tempo são supridas as suas necessidades. Ao nascer, seu primeiro sinal de vida é um forte grito para encher seus pulmões de ar. Sente-se solto em um grande útero, mas ainda não tem noção de ter seu corpo separado do ambiente uterino. Para ele, tudo continua como antes, só que agora ele precisa fazer coisas estranhas como respirar e chorar para ser atendido, gerando ansiedade – medo instintivo da morte –, fazendo com que ele queira o tempo todo atenção. Como já foi dito o bebê não se difere de sua mãe. Não há separação de corpos, e a mãe que se preparou desde a gestação para a maternidade, esquece durante esse período da condição de mulher como indivíduo para assumir as responsabilidades das duas vidas. Instintivamente, atende a todos os desejos da criança, colocando-a muitas vezes à frente de suas necessidades.  O bebê procura o tempo todo o olhar da mãe numa tentativa de sanar a ansiedade do desconhecido
           Nas primeiras semanas o choro vai se diferenciando e a mãe, ligada ao filho, começa a diferenciar o choro e identificar os sinais emitidos para atender suas necessidades, período chamado por Winnicott de holding. Sua atenção é importantíssima nesse período para o desenvolvimento psíquico e motor ideal ao ser humano saudável. No contexto de formação neurológica e psíquica é realmente importante este vinculo mãe-bebê. Deverá ser profundo, afável e confortável, uma vez que terá repercussões importantes no desenvolvimento da criança como ser humano. A falta deste contato poderá causar perdas irreparáveis que vai do psíquico, motor à fala.
        Por volta do quarto ao quinto mês, a natureza feminina faz com que a mãe retome seu lado mulher/indivíduo. Em alguns momentos, ela se afasta de seu bebê, deixando-o novamente ansioso – medo original. Frustrado, é neste período que começa a formação do ego do bebê. Apesar da mãe ainda continuar a emprestar o seu para ele. Para suprir a ausência, muitas mães, oferecem outro objeto para distrair o bebê. Cobertor, ursinho,... Muitas chamam estes objetos de “cheirinho”. Winnicot,chamou de objeto transicional. Para ele, o objeto transicional ocupa um lugar de ilusão, ele não esta dentro e nem fora da criança, mas serve para o bebê ir demarcando o limite mental entre interno e externo.
        Com a ausência da mãe, a criança começa a diferenciar o que é bom do que é ruim. Quando a mãe não o atende é má. No caso contrário, é boa. Para o bebê tudo ainda é físico e a mãe representa o seio (lembrando que para ele, a mãe e ele são um só corpo). O objeto transicional passa a ser importante para a criança, porque diferente do seio, que não está presente constantemente, o objeto transicional está.
         Neste movimento de doses homeopáticas de ausência, a mãe vai contribuindo para o desenvolvimento de seu filho. Ele é perceptível e neste momento o bebê começa a balbuciar alguns sons, que parecem fazer sentido para os pais. Se tratando de som emitido pelos bebês, a criança nos primeiros meses emite todo tipo de sons, inclusive aqueles que não pertencem a sua língua.
        Próximo ao sexto mês a criança descobre uma espécie de vingança contra a ausência da mãe. Os dentes começam a despontar e o bebê começa a morder o seio materno, surgindo ai um processo de destruição do objeto ruim. Processo que configurará o desenvolvimento de amor e ódio. Além do mais, através da sucção, mordida e deglutição, neste momento o bebê passa a se alimentar, dando início ao desenvolvimento muscular dos órgãos de articulação da fala. Apesar de ser importante que a mãe fale com o bebê desde a gestação, aqui é fundamental que a mãe estimule de forma auditiva e afetiva para desenvolvimento da linguagem dentro dos padrões normais. Segundo Pinker (2002), os bebês humanos nascem antes de seus cérebros estarem completamente formados. Se os seres humanos permanecessem na barriga da mãe por um período proporcional àquele de outros primatas, nasceriam aos dezoito meses, exatamente a idade na qual os bebês começam a falar, portanto, nasceriam falando. 
É comum as pessoas falarem de maneira infantilizada com a criança, mas é necessário que se fale de forma normal, pois o bebê imita os sons da fala dos outros. A mãe deve observar os estágios motores da criança, firmar pescoço, sentar, engatinhar e andar, para as crianças andarem normalmente é necessário seguir esta etapa. Próximo ao décimo mês, o bebê bate palminha e interage com o outro.
        Segundo Winnicott o bebê nasce com um potencial inato de se desenvolver, mas vai depender da mãe, que neste estagio é chamada de ambiente e que cada criança responderá ao ambiente de forma particular. Para ele a dependência infantil, se divide em dependência absoluta, quando o bebê depende absolutamente da mãe e, dependência relativa, quando o bebê ainda depende da mãe, mas já começa a diferenciar o interno do externo. Introjetando os cuidados da mãe, o bebê desenvolve confiança no ambiente e se caminha para uma quase independência. Quase independência, porque o bebê humano é o único que depende dos pais até chegar à fase adulta.       
  É necessário criar um espaço lúdico no dia a dia da criança, porque brincadeiras aparentemente simples são fontes de estímulo ao desenvolvimento cognitivo, social e afetivo e também uma forma de autoexpressão.  Winnicott, também vê a brincadeira como forma de expressão da criança, para ele o brincar equivale a uma terapia, descreve a psicoterapia como duas pessoas brincando.
       A afetividade e cuidado da mãe é importante para o desenvolvimento da estruturação mental da criança. Estudos revelam que uma criança que permanece sem estimulação física e mental, certamente apresentará sérias anomalias em sua evolução.   Winnicott observou que a falta de afeto da mãe causa uma perda importante no aspecto psicológico da criança causando depressão ou manifestação de comportamento antissocial.
Schmitz (2005), a criança que sofreu privação materna precoce pode ser acometida por transtornos do ego como profundo masoquismo, dependência excessiva e caráter delitivo e estado depressivos do adulto. Além disso, pode apresentar forte tendência á relações sexuais promíscuas e furtos.   
        A privação materna traz angustia, sentimentos de vingança, insegurança e como consequência, o retardo mental, atraso no desenvolvimento da linguagem, incapacidade de relacionamento adotando um caráter antissocial além de distúrbios regressivos e delinquência. Portanto, o afeto materno de forma moderada é muito importante para o desenvolvimento da criança.        
 Referências

 

Kriwet, J. & L. Schmitz (2005): New insight into the distribution and palaeobiology of the pycnodont fish Gyrodus.
Acta Palaeontologica Polonica

PINKER, Steven. O instinto da linguagem: como a mente cria a linguagem. São Paulo: Martins Fontes, 2002.

WINNICOTT, D.W. Objetos Transicionais e fenômenos transicionais. In Textos Selecionados – Da Pediatria à Psicanálise. Trad. De Jane Russo. Ed. Francisco Alves Editora S.A. RJ.1978.